A compactação do substrato nos vasos ocorre principalmente no momento do plantio e pela ação da água das regas, que gradativamente vai “assentando” a terra. A compactação dificulta o crescimento das raízes e a drenagem perfeita do vaso, além disso torna-se mais complicado fazer com que a água das regas se distribuia uniformemente pelo solo. Isso acontece por que o torrão de terra compactada torna-se difícil de ser permeado pela água. Desta forma, todo o sistema vivo que envolve as raízes fica prejudicado. Devido à má-drenagem a água estagnada impede a aeração do solo, mudando completamente sua microbiota, favorecento bactérias anaeróbicas e eliminando os organismos aeróbicos. O inverso também é prejudicial, um torrão seco, difícil de irrigar, pode provocar a morte das raízes em alguns locais, além dos microoganismos benéficos. Isso sem falar nas minhocas, tão dependentes da boa umidade da terra.
Os dois problemas opostos ocorrem no mesmo vaso, pois quando chove, a água fica dias estagnada e depois que essa água seca, torna-se difícil irrigar o solo duro.
Para evitar a compactação é preciso dar estrutura ao solo. Esse condicionamento pode ser dado através da adição de elementos importantes na mistura do substrato. A areia e a matéria orgânica têm esse efeito. O grão de areia, por ser maior que um grão de argila, deixa espaços maiores entre os grãos, estruturando o solo, permitindo que a água infiltre, favorecendo assim a distribuição da água e sua perfeita drenagem, além da aeração.
Além de fertilizar o solo, liberando nutrientes essenciais como Nitrogênio, Fósforo, Potássio e micronutrientes, a matéria orgânica também tem a capacidade de manter o solo estruturado, prevenindo a compactação. No entanto, essa capacidade varia muito de um material para outro. Materiais de rápida decomposição, liberam boa quantidade de nutrientes rapidamente, mas logo perdem a capacidade de condicionar o solo. Já materiais de decomposição mais lenta são mais interessantes para condicionar o solo a longo prazo, embora não sejam tão ricos em nutrientes.
O equilíbrio entre estes elementos combinado com as necessidades da espécie que estamos plantando é o que devemos buscar na hora de fazer a mistura do substrato. A mistura geralmente contém partes de areia, argila e matéria orgânica, em diferentes proporções. Um erro bastante comum é a utilização de terra de jardim apenas, para o cultivo
Fontes de matéria orgânica:
A mistura básica, utilizada para a maioria das plantas ornamentais, consiste de uma parte de areia, uma de terra vegetal e uma de terra comum de jardim. Mas não esqueça das particularidades das espécies. Orquídeas, bromélias e samambaias, por exemplo, necessitam de um substrato especial, permeável, mas capaz de reter bastante umidade. Já os cactos e suculentas precisam de solos muito bem drenáveis e com pouca argila.
Além de uma boa mistura, o substrato deve ser protegido, simulando um solo naturalmente estruturando, com uma boa cobertura por cima. Esta cobertura pode ser viva ou morta. A cobertura é viva quando plantamos alguma espécie rasteira no entorno do vaso e é morta quando adicionamos folhas secas, casca de pinus ou palha sobre o solo descoberto. Essa cobertura ou forração têm um papel importante na manutenção da estrutura e do equilíbrio do vaso. Ela protege o substrato da ação erosiva da água, das mudanças bruscas de temperatura, evita a perda excessiva de umidade e favorece a microbiota do solo.
As regas também podem ser modificadas para reduzir a compactação. Regas por capilaridade, aspersão e gotejamento são mais indicadas neste caso. Os jatos fortes de água sob pressão da mangueira podem destruir a estrutura do solo rapidamente e devem ser evitados.